Em junho de 2015, publicamos aqui no blog um texto que
falava a respeito das habilidades auditivas a serem trabalhadas com os usuários
de Implante Coclear, que vão ajudá-los a aprender a escutar através do trabalho
de treinamento auditivo, que tem por finalidade
fazer com que esses usuários aprendam a ouvir e interpretar os sons, com o
intuito de desenvolver as funções auditivas necessárias a aquisição e ao
desenvolvimento da linguagem oral.
Mas antes de chegar nessa fase existem etapas que antecedem o
trabalho dessas habilidades, como a ativação do implante coclear e o
mapeamento, que gostaríamos de falar um pouquinho
A ativação do
implante coclear é um dos momentos de maior ansiedade, não só para o paciente e
sua família, mas também para toda a equipe
envolvida. Para a ativação, a unidade externa é posicionada pela primeira
vez atrás da orelha, conectada pela antena imantada à unidade interna e
ligada (ativada).
Em seguida, alguns testes são realizados em busca da
sensação auditiva do paciente e sua reação.
Na
ativação são estabelecidos os parâmetros de funcionamento dos sons que serão
identificados pelo processador de fala e que vão permitir ao paciente escutar.
Os primeiros trinta dias após a ativação buscam fazer com que a pessoa
tenha as primeiras experiências sonoras, percebendo os sons dos ambientes
em que vivem e das vozes às quais estarão expostas a partir de então.
Para
as crianças com surdez congênita e aqueles pacientes que
nunca ouviram, é comum que esse seja um
momento de estranheza e até mesmo de desconforto. Trata-se do cérebro
recebendo impulsos inéditos, ainda sem saber bem
como identificá-los e o que fazer com eles. Para a pessoa que ouve pela primeira
vez, os conceitos de “som”, “voz” ou “barulho” ainda não
existem, e começam a ser estabelecidos a partir deste momento. Para os pacientes pós-linguais e que previamente dominavam a linguagem oral, a ativação
tende a causar menos surpresa. A natureza e qualidade dos sons percebidos pela
estimulação elétrica do implante coclear também
são novas e estranhas para eles, que precisam se acostumar a elas. Mas apesar
dessa possível estranheza, a ativação também
costuma ser o momento mais bonito e emocionante de todo o tratamento.
Depois desse primeiro mês, ocorrerá o primeiro mapeamento.
Depois os mapeamentos passam para uma rotina bimestral, trimestral,
semestral até que se tornem um acompanhamento anual, onde o objetivo é ajustar
os sons de maneira que fiquem cada vez mais claros, fortes e nítidos, sem
provocar qualquer tipo de desconforto.
Tanto o nervo auditivo
quanto o cérebro precisam aprender a identificar o novo som codificado do
implante coclear, e os ajustes na programação são fundamentais para ir
melhorando a audição e a discriminação da fala.
Depois que tudo se
estabiliza, o paciente passa a realizar o acompanhamento anual que é de suma
importância tanto para monitorizar a evolução com os testes de percepção de
fala, como para monitorizar o implante coclear, já que na consulta sempre é
verificado o funcionamento dos eletrodos, o funcionamento da unidade implantada
e orientações com o processador de fala.
Ao mesmo tempo em que os
mapeamentos vão sendo realizados, vai acontecendo o trabalho de treinamento
auditivo com o objetivo de realizar estimulação auditiva para que se desenvolva
de forma satisfatória a comunicação expressiva e receptiva do implantado, pois
como já dito anteriormente, quem recebe o som é o ouvido, mas quem escuta e
compreende o que foi ouvido é o cérebro e essas etapas são fundamentais para o
sucesso do Implante Coclear, já que o implante permite a condição para escutar,
porém a competência da escuta se dará por meio da estimulação do treinamento
auditivo e de linguagem através de atendimento especializado.
Luana Zimpeck- Fonoaudióloga
Fernanda Faucz-Professora
Reabilitadora
Bom dia, saberia me dizer quais exames e procedimentos são realizados durante o mapeamento do implante coclear e quais equipamento são utilizados neste processo? obrigado desde já.
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