quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Entenda o que é memória auditiva

Memória auditiva é a capacidade de aprender ouvindo. E dá pra imaginar o quanto ela é importante na terapia da criança surda usuária de AASI/Implante Coclear? 

Um déficit de memória auditiva pode resultar em problemas na fala, em um vocabulário limitado e no desempenho abaixo do esperado quando for a hora de ler e escrever. Treinar a atenção aos sons, a discriminação auditiva e o sequenciamento de sons ajuda a tornar a memória auditiva mais eficiente.

A memória auditiva é classificada como de “curto prazo”. Ou seja, ela é a capacidade cerebral de utilizar uma certa quantidade de informação por um curto período de tempo (15 a 30 segundos) em média. É a informação que estamos pensando naquele momento ou que estamos tomando conhecimento. O processo de criar memória auditiva envolve algumas etapas: primeiro ouvimos o som, ou seja, percebemos o som. Lembrando que estamos falando de audibilidade. Depois escutamos esse som (damos atenção ao que ouvimos) e na sequência armazenamos em algum local no nosso cérebro. Pronto. A memória auditiva está criada e armazenada. 

Mas como fazer isso? Quanto mais lúdico, ou seja, quanto mais sentido aquela atividade fizer para a criança, mais fácil vai ser para ela memorizar. 

Pra essa atividade, utilizei o piano que vai exercitar essa memória e também a atenção aos sons, a discriminação auditiva e o sequenciamento de sons. 

Explicamos para a criança que serão  produzidos diferentes sons em sequência e que ela terá que descobrir quantos foram os sons e dizê-los na ordem em que foram reproduzidos. Comece com dois sons. Por exemplo, se você tocar um som grave e depois um som agudo, a criança terá de dizer: “Ouvi dois sons. Primeiro um som grave , depois um som agudo”. Pra isso você terá que ter certeza que a criança já consegue discriminar sons graves de agudos.

Quando a criança estiver se saindo bem, vá aumentando aos poucos o número de sons da sequência.
É possível melhorar a memória auditiva melhorando a capacidade de retenção  e armazenamento, ajudando a criança a ser o mais eficiente possível.  Exercite a memória auditiva de curto prazo com frequência. 
Procure um fonoaudiólogo de confiança.

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Texto escrito por Luana Zimpeck - fonoaudióloga especialista na reabilitação auditiva com suporte da língua de sinais. 

EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO HÁPTICA




Com objetivo de entretenimento




A surdocegueira é uma deficiência única, não sendo caracterizada pela junção da surdez e da cegueira, portanto ela possui metodologias de ensino e comunicação específicas.



Um dos exemplos, dentre as possibilidades de comunicação com a pessoa surdocega é a comunicação háptica (háptico: relacionado ao tato) e a Libras pró tátil.
Ou seja, no caso dos surdos por não possuírem a audição e sim a visão, então desenvolvem uma comunicação visual = a língua de sinais; já os surdocegos além de não terem audição, também não tem a visão, logo é necessário se comunicarem em Libras pelo tato ou Libras pró tátil.



Conforme CADER-NASCIMENTO e FAULSTICH (2016) em seu artigo sobre “Expressão linguística e a produção escrita de surdocegos” o primeiro desafio na surdocegueira consiste em estabelecer uma interação com o surdocego e propiciar condições para que ele tenha consciência do papel da comunicação no ambiente. Nesse contexto, as formas de expressão linguística, com base no signo linguístico na área da surdocegueira, podem ser classificadas em três modalidades:
1 - tátil/sistema háptico, pele e cinestesia: através da Libras Háptica, datilologia tátil, Tadoma, braille para leitura e escrita, braille tátil, escrita caixa alta em espaços definidos pelo surdocego;
2- vísuo-motora, que é a Libras realizada no campo visual do surdocego; ou ainda
3 - oral-auditiva, o que corresponde à fala e à utilização de Aparelho de Amplificação Sonora Individual-AASI.



Mas mais do que a comunicação rotineira e usada para instrução deste sujeito ele também precisa se divertir, se entreter. Portanto esta mesma comunicação pode ser usada para passar informações além do básico ou das informações acadêmicas.



O vídeo abaixo demonstra a professora Janaína Kosztrzepa utilizando a comunicação háptica com seu aluno no AEE Surdocegueira do CAS/FCEE. O vídeo demonstra a professora fazendo os movimentos expressos no vídeo pela personagem aranha, visto que o vídeo em questão é o audiovisual da Galinha Pintadinha intitulado “A Dona Aranha”.



Vale ainda lembrar que o aluno em questão ainda possui resíduos visuais e auditivos, e portanto segura o aparelho de celular muito perto de seus olhos, para assim poder também compreender visualmente algumas informações. Já falamos em outros post anteriores o quanto cada indivíduo é único, e isso se expande quando falamos de sujeitos com deficiência. E portanto é extremamente importante como professores conhecermos nossos alunos para a partir disso conseguirmos planejar o melhor atendimento a ele.








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Texto de Vanessa Paula Rizzotto – intérprete de Libras
Atividade realizada pela professora Janaína Kosztrzepa









REFERÊNCIAS
- CADER-NASCIMENTO, Fatima Ali Abdalah Abdel; FAULSTICH Enilde. Expressão linguística e a produção escrita de surdocegos. 2016. Disponível em: file:///D:/Users/EIGHT/Downloads/3710-13401-1-PB.pdf. Acesso em 06 nov. 2019.



REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
- https://www.facebook.com/redutralibras/posts/1903399633215117/
- https://www.youtube.com/watch?v=mjB_qoSK0fY