quinta-feira, 28 de junho de 2018

TRABALHANDO A ALFABETIZAÇÃO

ENRIQUECENDO O VOCABULÁRIO DO PORTUGUÊS ESCRITO

Uma das grandes preocupações do CAS é o processo de alfabetização das crianças surdas que são atendidas pelos nossos serviços, tanto que oferecemos um atendimento especial para isso, que é o AEE Português. Contudo o CAS tem uma visão diferenciada quanto ao processo de alfabetização, pois entende que diferente dos ouvintes que possuem um processo de alfabetização de forma silábica, os surdos memorizam palavras (e sua forma escrita) por inteiro, sempre associada ao sinal da Libras.
Vale ressaltar que:

A alfabetização é um processo de construção do funcionamento e das regras do sistema alfabético de escrita; para facilitar o processo de alfabetização, é preciso propiciar condições para que o alfabetizando seja capaz de ler, escrever e fazer uso real e adequado da escrita com todas as suas funções (Araújo, 2014; Siqueira, 2012).

Logo, é função dos professores, facilitar tal processo, principalmente quando há dificuldades na continuação do aprendizado. E é justamente sobre essa afirmação que Rodrigues (2011) nos relata que: “É a partir dessa necessidade que a criança vai construindo formas cada vez mais elaboradas de representação, até chegar ao domínio do código escrito.” Porém o professor deve sempre encontrar estratégia para a construção desse conhecimento.
Partindo deste pressuposto, como instituição, compreendemos que a aprendizagem de surdos [...] acontece em uma sala de aula de acordo com o ritmo, a capacidade de compreensão e assimilação de cada criança como nos reforçam Alves (2009) e Bueno (1993).
Dessa forma, e com tal entendimento uma das atividades realizadas no AEE Libras é a atividade de alfabetização, com foco na formação silábica das palavras. E para tanto a professora utiliza o material confeccionado por ela própria e ainda um material jogo de palavras (que pode ser visto nas imagens).
Os dois materiais utilizados em sala de aula são trabalhados em conjunto com a professora e sempre utilizando a língua de sinais como método principal de comunicação. Para cada uma imagens (tanto no cartaz, quanto no jogo didático), a professora passa o sinal da Libras e posteriormente trabalha a forma escrita da palavra. Depois com o material de apoio, faz-se um jogo, uma brincadeira, para memorização e fixação do conteúdo.
Tudo esse processo de ensino e aprendizagem se dá pois, de acordo com a Política, o atendimento educacional especializado “tem como função oferecer acessibilidade que elimine as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas” (Brasil, 2008, p. 10).











Texto: Vanessa Paula Rizzotto – Intérprete de Libras
Atividade realizada pela professora: Marta Mello Vanderlei Locks


REFERÊNCIAS


ARAÚJO, I. S. Inclusão de alunos surdos na escola regular do Município de Alagoinha-PB. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Pedagogia, UEPB. Guarabira, 2014.

RODRIGUES, E. G. Política de educação bilíngue e a alfabetização de crianças surdas. Pró-Discente, Vitória, v. 17, nº 1, p. 87-91, jan.-jun. 2011.

ALVES, F. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

BUENO, J. G. S. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC/PUC-SP, 1993.


BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEE, 2008. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário