TIPOS
DE INTERPRETAÇÃO E CONTEXTOS DE ATUAÇÃO
O
trabalho dos intérpretes de Libras é muito conhecido no contexto
educacional e religioso, mas sabemos que este profissional atua em
vários outros locais, proporcionando acessibilidade linguística a
comunidade surda, nos mais variados âmbitos sociais existentes.
Dessa
forma, temos claro que existem muitos contextos de atuação que
ainda estão sendo estudados. Principalmente quando se fala da
formação destes profissionais para que atuem eficazmente em cada
área. Visto que a interpretação em cada um destes contextos é
específica, nos mais variados sentidos. Por exemplo: quando nos
referimos ao vocabulário utilizado em cada contexto de atuação
(terminologias próprias da área médica ou da área jurídica,
muitas vezes não são conhecidas por um intérprete que atua a anos
em sala de aula), ou ainda, a questão da postura e do comportamento,
que pode ser diferenciada em alguns ambientes de interpretação.
Dos
contextos/esferas de atuação possíveis, temos:
-
Contexto educacional;
-
Contexto clínico-hospitalar;
-
Contexto legal – judiciário;
-
Contexto familiar;
-
Contexto midiático;
-
Contexto religioso;
-
Contexto de lazer e turismo;
-
Contexto de conferência;
- Na
tradução literária;
- Na
formação de profissionais (ex.: professor de tradução de
interpretação).
Vale
citar que entender/conhecer o que iremos interpretar e em qual
contexto interpretativo estaremos inseridos, é fundamental para que,
como profissionais, possamos no preparar para nossa atuação. E, se
necessário, fazermos pesquisas anteriores ao momento da atuação,
para que assim, quando da interpretação, já tenhamos conhecimentos
prévios de alguns possíveis sinais (vocabulários) que poderão ser
utilizados naquela fala.
Afinal,
como afirma Ronice Muller de Quadros (2004, p. 79): “O profissional
intérprete é aquele que interpreta a mensagem de forma ‘precisa e
apropriada’ de uma língua para permitir que a comunicação
aconteça entre pessoas que não usam a mesma língua, isto é, o
profissional intérprete intermedia a interação/comunicação”.
Reforçando assim a necessidade de estudos prévios em muitos casos,
para conseguir, de fato, passar a mensagem de forma exata.
Contudo,
a autora acrescenta que passar a mensagem de forma ‘precisa e
apropriada’ é uma questão complicada, pois são poucos
treinamentos de profissionais intérpretes que constituem-se de
exercícios de tradução/interpretação da fala para sinais e
vice-versa com discussão sobre técnicas de processamento de
informação. O foco, na sua maioria, está no vocabulário e nas
frases.
E
assim finalizamos nossa breve reflexão sobre, acrescentando que
apesar de ser fundamental saber onde (qual o contexto) iremos
interpretar, também precisamos ter a clareza de qual será o
discurso que interpretaremos, para que possamos aperfeiçoar ainda
mais o processo dando o tom correto a mensagem. Sobre os tipos de
discurso Quadros (2004) nos apresenta que o profissional intérprete
poderá se deparar com os seguintes tipos:
-
Narrativo – que reconta uma série de eventos ordenados mais ou
menos de forma cronológica;
-
Persuasivo – que objetiva influenciar a conduta de alguém;
-
Explicativo – que oferece informações requeridas em determinado
contexto;
-
Argumentativo – que objetiva provar alguma coisa para a audiência;
-
Conversacional – que envolve a conversação entre duas ou mais
pessoas; e
-
Procedural – que dá instruções para executar uma atividade ou
usar algum objeto.
Vale
lembrar, por fim que, entender o tipo discursivo antes da
interpretação entrega ao intérprete a clareza para sua atuação,
além de ser mais uma ferramenta de sua preparação prévia e
atuação profissional.
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Texto
de Vanessa Paula Rizzotto – tradutora e intérprete de Libras.
REFERÊNCIAS
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