Como
já falamos anteriormente a surdocegueira é uma deficiência única
e portanto, todos os casos devem ser analisados individualmente,
respeitando a individualidade de cada aluno isoladamente.
Obviamente
que essa deveria ser uma premissa na educação de forma geral, ainda
mais na educação especial!
Contudo,
quando falamos da surdocegueira, é necessário avaliar quais são
resíduos auditivos e visuais que o aluno possui, para assim
conseguir trabalhar a forma de comunicação específica para este
aluno, a metodologia adequada de repasse de informações e a forma
correta de explorar as capacidades do aluno.
Um
dos exemplos que podemos citar é a observação e o cuidado com os
contrastes.
Nas
imagens abaixo podemos ver uma atividade sendo realizada pela
professora com sua aluna. Vale ressaltar que inicialmente a atividade
estava ocorrendo sobre uma carteira escolar de cor clara e um dos
materiais da atividade era um copo plástico da cor branca.
Entretanto no decorrer da prática a professora percebeu que a aluna,
por vezes, usando de seu resíduo visual, procurava pelo copo em cima
da carteira.
A
partir desta observação a professora, sabendo da necessidade de
contraste, para uso do resíduo visual, utilizou uma toalha preta
para cobrir a carteira e fazer contraste com o copo branco. Vejam que
uma adaptação aparentemente muito simples, foi possível de
colaborar para a realização da atividade, compreensão e
aprendizagem da aluna, pois a partir deste momento a aluna conseguiu
desenvolver a atividade facilmente, inclusive dando mais retorno nas
solicitações e orientações da professora.
Por
isso é importante lembrarmos, sempre que trabalhamos com alunos
surdocegos, quais as adaptações que este aluno em especial
necessita, visto que, para os que possuem um resíduo visual o
aumento do contraste favorece a percepção visual. O mais comum é o
contraste preto no branco (como ocorreu na atividade realizada, com a
mesa preta e o copo branco), mas outras variações em alto contraste
podem ser testadas.
A
percepção de cores também varia caso a caso. Em geral, as cores
mais fortes são percebidas com mais facilidade. Contudo essa não é
a realidade da diagramação e das ilustrações dos livros
didáticos, que usam tons muito claros para o aluno com baixa visão.
Por isso devemos, como professores nos programar para o trabalho a
ser realizado e ter conhecimento prévio do aluno, e assim
possibilitar adaptações como: contornar as imagens de mapas,
figuras e formas geométricas; ou ainda utilizar recursos
alternativos que destaquem em relevo os detalhes que não podem ser
percebidos através das cores.
Veja
as imagens da atividade realizada no AEE Surdocegueira do CAS / FCEE
que foi relatada acima.
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Texto de Vanessa Paula Rizzotto – intérprete de Libras
Texto de Vanessa Paula Rizzotto – intérprete de Libras
Atividade
realizada pela professora Dariane Regis
Muito interessante. É importante estarmos sempre atentos a esses detalhes que fazem toda diferença na aprendizagem
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