sexta-feira, 5 de abril de 2019

A IMPORTÂNCIA DO CONTRASTE NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DA SURDOCEGUEIRA



Como já falamos anteriormente a surdocegueira é uma deficiência única e portanto, todos os casos devem ser analisados individualmente, respeitando a individualidade de cada aluno isoladamente.
Obviamente que essa deveria ser uma premissa na educação de forma geral, ainda mais na educação especial!

Contudo, quando falamos da surdocegueira, é necessário avaliar quais são resíduos auditivos e visuais que o aluno possui, para assim conseguir trabalhar a forma de comunicação específica para este aluno, a metodologia adequada de repasse de informações e a forma correta de explorar as capacidades do aluno.

Um dos exemplos que podemos citar é a observação e o cuidado com os contrastes.

Nas imagens abaixo podemos ver uma atividade sendo realizada pela professora com sua aluna. Vale ressaltar que inicialmente a atividade estava ocorrendo sobre uma carteira escolar de cor clara e um dos materiais da atividade era um copo plástico da cor branca. Entretanto no decorrer da prática a professora percebeu que a aluna, por vezes, usando de seu resíduo visual, procurava pelo copo em cima da carteira.

A partir desta observação a professora, sabendo da necessidade de contraste, para uso do resíduo visual, utilizou uma toalha preta para cobrir a carteira e fazer contraste com o copo branco. Vejam que uma adaptação aparentemente muito simples, foi possível de colaborar para a realização da atividade, compreensão e aprendizagem da aluna, pois a partir deste momento a aluna conseguiu desenvolver a atividade facilmente, inclusive dando mais retorno nas solicitações e orientações da professora.

Por isso é importante lembrarmos, sempre que trabalhamos com alunos surdocegos, quais as adaptações que este aluno em especial necessita, visto que, para os que possuem um resíduo visual o aumento do contraste favorece a percepção visual. O mais comum é o contraste preto no branco (como ocorreu na atividade realizada, com a mesa preta e o copo branco), mas outras variações em alto contraste podem ser testadas.

A percepção de cores também varia caso a caso. Em geral, as cores mais fortes são percebidas com mais facilidade. Contudo essa não é a realidade da diagramação e das ilustrações dos livros didáticos, que usam tons muito claros para o aluno com baixa visão. Por isso devemos, como professores nos programar para o trabalho a ser realizado e ter conhecimento prévio do aluno, e assim possibilitar adaptações como: contornar as imagens de mapas, figuras e formas geométricas; ou ainda utilizar recursos alternativos que destaquem em relevo os detalhes que não podem ser percebidos através das cores.

Veja as imagens da atividade realizada no AEE Surdocegueira do CAS / FCEE que foi relatada acima.

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Texto de Vanessa Paula Rizzotto – intérprete de Libras

Atividade realizada pela professora Dariane Regis







Um comentário:

  1. Muito interessante. É importante estarmos sempre atentos a esses detalhes que fazem toda diferença na aprendizagem

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