sexta-feira, 29 de março de 2019

SURDOCEGUEIRA: QUAIS OS TIPOS DE COMUNICAÇÃO???





Como já falamos no texto anterior sobre a surdocegueira, esta é uma deficiência única e da qual devem ser analisados vários aspectos, como por exemplo: se esta deficiência é congênita ou adquirida. E se adquirida, se foi em fase pré-linguística ou pós-linguística.

Essas informações são importantes, principalmente para educadores, por ela servem de base para o entendimento de quais possibilidades e estratégia podem ser usadas com este aluno/sujeito.


Vale lembrar que é função do professor/educador apresentar ao sujeito surdocego todas as formas possíveis de comunicação, e somente o aluno é que irá elencar a que mais satisfaz suas necessidades.


Sobretudo, com crianças, parte do professor perceber qual dos métodos dá mais resultado para esta criança e com o qual esta dá mais retorno nas atividades, demonstrando assim o seu entendimento.


Obviamente para crianças em fase pré-linguística, este é um processo demorado e que demanda várias dinâmicas e diversas tentativas do profissional, até que este encontre “uma maneira de fazer a coisa funcionar!” e assim possibilitar que a criança surdocega entenda o todo e se comunique.


Dessa forma, inicialmente, o professor deve saber quais os tipo de comunicação existente para sujeitos surdocegos. Sendo elas:


- Língua de sinais (LIBRAS) em campo reduzido: que é utilizada quando o sujeito já sabe a língua de sinais ou ainda tem um resíduo visual. Assim o mesmo poderá aprender a língua naturalmente, apenas deve-se prestar atenção na sinalização ocorrer em locais com boa iluminação e exatamente na frente do sujeito, para que este consiga visualizar quais os sinais que estão sendo produzidos.


 
Libras em campo reduzido: feita diretamente na frente do aluno.
Obs.: Em ambiente externo, com boa iluminação, e dependendo do
resíduo visual do aluno, é possível que a comunicação seja feita mais
distante, porém não pode fugir do campo visual do sujeito. 

Em ambiente internos, é necessário sinalizar mais a frente
do aluno e também mais próximo do mesmo. 
- LIBRAS tátil - Sistema que consiste a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) adaptada ao surdocego. Pode ser utilizado com sujeitos surdos e com baixa visão ou com cegueira, contudo tudo parte da individualidade de cada um. É realizada com a mão do surdocego em cima das mãos do interlocutor. O profissional que atua os este sujeito é o guia-intérprete.



 

 Sistema Braille - É um recurso utilizado pelas pessoas com cegueira para desenvolver a escrita e a leitura pelo tato, sendo assim pode também ser utilizada para sujeitos surdocegos, possibilitando-os a leitura e escrita. Para tanto, são usados recursos materiais como: reglete, punção, máquinas braille e soroban (cálculos matemáticos).

O sistema Braille pode ser usado tanto no papel, com os pontos em relevos que possibilitam a leitura e escrita, como também podem ser realizados no corpo do sujeito surdocego (como nas costas ou na coxa, em caso de estarem sentados), possibilitando que este receba informações relevantes de serem soletradas.
É importante lembrar que todos os métodos de comunicação que envolvem o toque e o contato físico são muito delicadas, e devem partir do seu usuário principal, visto a intimidade que ação supõe.



- Alfabeto Datilológico - É o uso do alfabeto manual, em alguns casos, já utilizados pelos surdos. O interlocutor faz a letra na palma da mão da pessoa surdocega. Cada letra corresponde a uma posição dos dedos.


- Letras de forma - Esta é a forma mais simples de comunicação para a pessoa com surdocegueira. Neste caso, é preciso que o interlocutor saiba as letras maiúsculas do alfabeto. O dedo indicador funciona como uma caneta e o interlocutor escreve na palma da mão do surdocego.

- Tadoma - Consiste na compreensão da vibração da fala do interlocutor. A pessoa surdocega, coloca as mãos na face do interlocutor próxima à boca e sente a vibração da fala. Neste tipo de comunicação é preciso muito treino e prática da pessoa surdocega para estabelecer tal comunicação utilizando este método.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Saberes e Práticas da Inclusão. Dificuldades de comunicação e sinalização - Surdocegueira/múltipla deficiência sensorial. Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP – 2006.

SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: Abordagem às diversidades no processo pedagógico. Florianópolis: COGEN, 1998, p.77–85.

______. Proposta Curricular de Santa Catarina: Avaliação. Florianópolis: COGEN, 1998, p.69–75.

VYGOTSKY, L. S. Fundamentos de Defectologia. Obras Completas – Tomo V. Havana, Cuba: Editorial Pueblo y Educación. Tradução de Maria Sylvia C. Carneiro.

Olhos da alma: unidade de atendimento ao deficiente visual. SITE. Disponível em: <http://www.olhosdaalma.com.br/saibamais.php?id=67>. Acesso em: 14 mar. 2017.

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Texto de Vanessa Paula Rizzotto - intérprete de Libras. 




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